22/12/2011

Em Brasília, Papai Noel vende gorros em semáforo para pagar aluguel

Diógenes Souza produz as próprias roupas para atrair motoristas.
Durante o ano, ele vende espanadores de pó e protetores de sol.Em todos os meses de dezembro, faça chuva ou faça sol, Diógenes Alonso de Souza, 57 anos, veste sua roupa estilizada de Papai Noel e vai para os sinais de trânsito da Asa Norte, em Brasília, vender gorros de Natal. Leva no pescoço uma caixa vermelha, onde também recebe contribuições natalinas.

Diogenes Alonso de Souza, que vende gorros vestido de Papai Noel em semáforos de Brasília (Foto: Káthia  Mello/G1)Diógenes Alonso de Souza, que vende gorros vestido de Papai Noel em semáforos de Brasília (Foto: Káthia Mello/G1)
Há quatro anos, ele produz as próprias roupas para atrair a atenção nos sinais da capital federal na época de Natal. Nos demais meses do ano, desde 1991, vende espanadores e protetores de sol para os motoristas. Como no fim do ano as vendas desses produtos caem, ele teve a ideia de se vestir de Papai Noel e vender os gorros. "Eu me visto de Papai Noel meio palhaço e vendo os gorrinhos”, diz.
Vivo disso. O aluguel eu pago com as vendas e a caixinha".
Diógenes Souza,  o Papai Noel dos semáforos de Brasília
A barba, ele sempre teve, diz. Mas, perto do Natal, Souza a deixa crescer mais, para ficar bem parecido com Noel. Para atrair a atenção, resolveu produzir duas roupas para trabalhar. Além da tradicional roupa vermelha, Souza criou um "uniforme número 2", em azul. Com tinta branca, ele pinta bolinhas em shorts e camisas e diz que vai alternando as roupas durante a semana.
Como em Brasília a temporada é de chuva, o Papai Noel dos semáforos usa um guarda-chuva que combina com a roupa. As sandálias também têm a mesma cor. “A roupa é só para alegrar, eu adoro dar alegria para as pessoas”, diz.
Perguntado sobre a reação dos motoristas quando ele faz a abordagem, o Papai Noel diz que nem sempre é bem recebido. "Nem todo mundo está bem disposto. Muitas pessoas são indiferentes e às vezes sei que não agrado a elas.”
Para tentar reduzir a resistência dos motoristas, Souza decidiu fazer algumas piruetas no meio do trânsito. Mas alguns motoristas dizem que só o sorriso que recebem dele, enquanto estão parados, já vale.
Souza disse que sempre foi vendedor. Já trabalhou nos semáfotos de São Paulo e Belo Horizonte. Ele mora em Brasília há 20 anos.
Além da roupa vermelha, Noel dos semáforos de Brasília usa também um modelo azul de bolinhas (Foto: Káthia  Mello/G1)Além da roupa vermelha, Noel dos semáforos de
Brasília usa também um modelo azul de bolinhas
(Foto: Káthia Mello/G1)
Na capital federal, o Papai Noel começa a trabalhar às 6h da manhã e tem uma estratégia bem definida de vendas. A cada dia ele fica em um sinal diferente da Asa Norte, no Plano Piloto. E também não trabalha aos sábados porque, segundo ele, "as pernas ficam muito cansadas do ir e vir entre os carros."
Os gorros, ele compra no atacado e os vende a R$ 5 cada um. Ele disse que durante todo o mês de dezembro vende cerca de 200 peças, o que dá R$ 1 mil por mês. O dinheiro arrecadado, segundo ele, é o seu sustento. “Vivo disso. O aluguel eu pago com as vendas e a caixinha.”
O dinheiro extra também é usado para comprar as mercadorias para as vendas no ano que vai começar. Ele revela que, nessa época natalina, recebe boas gorjetas de motoristas que já o conhecem.
Souza diz não pensa em receber presentes de Natal. “Olha só: Deus é tão chique comigo! Com toda minha dificuldade, Deus cuida de mim e não me deixa faltar nada.”
Do G1.Com

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