23/12/2011

Bombeiros do aeroporto não têm nem kit de primeiros-socorros

Falta de infra-estrutura, pista esburacada, sistema de segurança de pouso por instrumentos com defeito, torre de controle aéreo com conflitos, e agora, a última: o Corpo de Bombeiros não possui equipamentos para combater incêndio, kits de segurança e para piorar, faltam materiais básicos para os primeiros-socorros.
O caos no aeroporto de Rio Branco é uma realidade. Nossa equipe de reportagem teve acesso a depoimentos de bombeiros que denunciaram o descaso as autoridades. Mesmo com várias denúncias, o problema ainda continua, e pior, os autores das revelações sofreram punição e processos administrativos.
Quem chega ao aeroporto, ver uma cena de desolação. Saguão vazio, assim como os guichês de venda de passagens e os boxes de venda de lembranças e artesanatos. Nem mesmo ar refrigerado possui o ambiente.
Bom, até aí já seria ruim, porém, o mais grave e impactante, é que nem utensílios para um simples curativo existe no local. A revelação também aponta que nenhum bombeiro tem habilitação para conduzir viaturas de combate a incêndio e mesmo se tivessem, não adiantaria, simplesmente porque os três caminhões estão quebrados. Equipamentos de segurança pessoal (EPI) e de comunicação (EPR) também não tem.
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Viaturas baixadas há meses.
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Equipamento de comunicação não funcionam

- A preocupação é que não temos equipamentos de segurança pessoal, isso atrapalha nosso trabalho. A falta de kit de primeiros socorros também causa constrangimento.  Quando somos solicitados para atender na área do aeroporto temos uma grande dificuldade – disse o soldado Marcela Sarkis sobre o kit de primeiros-socorros.
É difícil mensurar em um possível acidente, mesmo que de pequenas proporções, como uma equipe que não possui equipamentos e nem sabe dirigir, evitariam uma tragédia.
Calma leitores, ainda tem mais: em depoimento, o soldado Weverton da Silva Brito, acusou que um equipamento de extrema importância, conhecido com “Desencarcerador” foi emprestado, há dois anos, e não retornou a SCI. O aparelho é utilizado para retirar vítimas presas em ferragens das aeronaves.
- O Desencarcerador foi emprestado para Agência Nacional de Avião Civil (ANAC) para realizar uma operação tapa buracos. Isso há dois anos e nunca mais voltou – disse Weverton da Silva.
Segundo os militares que denunciaram, todos os relatos foram passados ao comandante da Seção Contra-Incêndio (SCI) e ao diretor da Infraero, mas não tomou providências.
Os fatos foram relatados na comissão de sindicância que foi instituída após um manifesto feito pelos militares, no dia 14 de maio deste ano. Na ocasião os militares paralisaram os trabalhos, causando o cancelamento de pousos e decolagens. O caso não agradou o governador Tião Viana (PT) que cobrou ao comandante do órgão punições.
Na semana passada, um avião de pequeno porte pousou na BR-364, porque o controle de tráfego aéreo demorou a autorizar o pouso da aeronave. Com a demora, o avião ficou sem combustível, sendo obrigado a aterrissar na BR.
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Equipamentos de segurança pessoal não são suficientes
O desconforto no pouso e decolagens é perceptível até aos passageiros sem experiência. Por várias vezes, aeronaves arremetem para evitar tragédias, principalmente, porque a pista oferece espaço reduzido para um bom pouso.
O caos tem preocupado as empresas aéreas, que por medida de segurança, limitam o número de acentos a venda. O intuito da medida é que o avião fique mais leve e tenha mais facilidade de decolar tendo em vista que a pista não oferece condições para uma decolagem com segurança.
É rezar para que as soluções caiam do céu. Somente as soluções.
Fonte: O Acreano

Um comentário:

  1. É uma grande honra tem o selo dos melhores do Acre... Agradeço.

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